Autores discutiram narrativa romântica

Postado por: Trombetas | Marcadores: , | às 21:59

0

Beatriz de Melo

A segunda mesa do Fórum das Letras do dia 14 de Novembro, “A literatura e a diversidade urbana”, foi excepcionalmente mediada pela professora e idealizadora do evento Guiomar de Grammont. A conversa contou com a presença do escritor José Paulo Cuenca, do jornalista e psicólogo Felipe Pena e do jornalista e escritor Arthur Dapieve, que trataram das narrativas jornalísticas e literárias, das vozes dos personagens, do amor como centro da narrativa e dos motivos para se escrever um livro.

Dapieve começou a discussão ressaltando que o jornalismo permite exercitar o texto, somado a isso existe o risco de o escritor não conseguir escapar da objetividade e da linearidade que ele exige. Felipe Pena concordou e complementou: “a técnica jornalística em alguns momentos ajuda”, sendo que o jornalismo está sempre tentando captar a atenção do leitor. Ele ainda colocou outro tipo de linguagem em questão, os textos acadêmicos. Muitas vezes eles contagiam a maneira que um autor escreve. João Paulo Cuenca não é jornalista, mas escreve crônicas. Para ele, o cronista acaba menosprezado na redação, pela despretensão que seu texto carrega. E advertiu que a técnica da crônica não cai bem para o romance.

Na criação de seus textos, os três escritores trabalham a multiplicidade de vozes dos personagens, que é um elemento responsável pela oralidade implícita em suas obras. Essa técnica submete o romance a vários tipos de leitor. Felipe Pena contou que tem três consultores literários: sua orientadora do doutorado, a namorada e o porteiro do prédio, um time diversificado que avalia as histórias que escreve. Ele revelou que para um bom texto, o escritor deve tentar seduzir o leitor como se seduz uma mulher.

Os clichês da vida são transportados para os livros de romance. A incomunicabilidade entre homens e mulheres e o amor impossível, por exemplo, são temas que criam situações de cumplicidade com o leitor. Divertir, entreter e seduzir por meio das palavras são os maiores objetivos dos autores. Questionados sobre o que se passa na cabeça deles quando estão escrevendo o livro, responderam que não pensam diretamente no leitor, mas sim se identificam com ele. “Eu escrevo o livro que gostaria de ler e ainda não existe”, concluiu Felipe Pena.

Comments (0)

Postar um comentário