Escreviver, guerra e literatura na África

Postado por: Trombetas | Marcadores: , | às 11:33

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Luiza Barufi

Etnias e gingados envolveram o público no ritmo contagiante da África na apresentação Berimbalada que abriu o debate “Escreviver em Guerra”. Dando início à programação central do primeiro dia de Fórum das Letras, guerra e literatura se entrelaçaram no palco, na noite de quarta-feira (10), no Cine Vila Rica, com a participação do escritor angolano Pepetela, a escritora guineense Odete Semedo e mediado pela professora da Faculdade de Letras da Universidade de Liboa,  Inocência da Mata. 

As representações africanas na língua portuguesa compartilharam suas experiências com a guerra, através da literatura. “Somos o princípio, somos mães, somos a terra”, assim, Odete Semedo iniciou o debate e compartilhou os sentimentos de estar vivendo e escrevendo em tempos de guerra, suas lutas internas entre o desejo de abandonar a cidade e a esperança do fim da guerra.

Pepetela defendeu a importância de alguém que está vivendo o conflito escrever sobre ele. “A questão da Guerra atravessa toda a cultura angolana”, declarou Pepetela; a experiência de alguém que sofre e participa da guerra tende a passar pelos livros desses autores. “Na Angola se escreve de amor e de guerra”, completou.

Além dos conflitos na África, temas como desigualdade social e educação foram questões abordadas durante o debate. Os autores africanos, após apresentarem suas obras, compartilharam também quais autores brasileiros que os inspiraram. Pepetela citou Jorge Amado, e diz o ler desde a adolescência, confessou ser ele sua maior influência da literatura brasileira.

Falando de identidade na literatura, Odete concluiu, “Nossa identidade está em nossa diversidade. As várias identidades as que balbuciam nas entrelinhas dos nossos textos.”

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