Devaneios e abstrações constituem pintura

Postado por: Trombetas | Marcadores: | às 11:29

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Maria Aparecida Pinto

Imagine um pássaro que voa em um céu azul límpido. Aqueles batimentos contínuos de asas, aquele espantar de nuvens. É um pássaro e um céu azul, mas quantas coisas mais podem ser? Por que não deixar que a ave voe para longe e descubra horizontes nunca antes revoados? É este mesmo convite que Arlindo Flausino nos faz na exposição Abstratos, que se encontra na Galeria SESI-Mariana podendo ser visitada de terça a domingo de 9h as 19h, até o dia 31 deste mês.

O artista plástico marianense aprendeu as primeiras pinceladas em 1986 com Jacinto Gamarano. Após construir uma trajetória de pinturas que retratam os casarios históricos das cidades barrocas de Minas, se embrenha por uma nova fase composta de telas de temas abstratos que são uma forma de exercitar a liberdade criativa por meio de uma explosão de cores.

A composição de cores frias e quentes remete às flores exóticas ou às florestas tropicais banhadas pela chuva, em alguns casos. Nas 25 obras, as abstrações são construídas por quadriculados irregulares, sinuosidades e o uso na pintura do recurso tátil.

Como Ícaro da mitologia, que gostaria de subir ao céu com asas de cera, subamos um pouco mais para admirar sois amarelos e azuis de pinceladas mais fortes ou mais amenas, mas subamos com as asas da abstração que resistem ao mais forte sol vermelho. Asas que tornam montanhas nevadas ou a bruma do mar tão próxima que pode se sentir suas cores suaves e pastosas.

A ordem é partir para o devaneio, a poética da arte, e entrever perfis, profundidades e tridimensionalidades em tons pastel e em tons de imaginação construtores de um novo mundo em que o pássaro com suas penas fartas e leves revela flores em uma composição de cores e não somente formas. Trata-se da ave que descobriu novos horizontes.

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