Circuito Paralelo traz artistas locais e mostra que “música boa não precisa ser música cara”

Postado por: Trombetas | Marcadores: , , , , | às 12:17

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Thiago Guimarães

O Circuito Paralelo do Festival de Jazz oferece nos bares da cidade shows intimistas e parte gastronômica diversa, movimentando a cidade nesses dias de festival. “Ouro Preto não é só uma cidade cenográfica, mas também promove eventos que estão ligados ao circuito cultural mundial,” conta a advogada Lúcia Mara que chegou ontem à cidade para curtir o festival. Ressalta ainda que os preços estão um pouco acima da média, mas garante que vai aproveitar o circuito paralelo e que está ansiosa para conhecer os bares e a gastronomia local.

O Sótão, localizado na Rua Direita, contou com a presença de Lucas Mathias e o grupo Cor de Fubá. O repertório do músico carioca engloba músicas de Tom Jobim cantadas em português e francês. Lucas disse estar feliz em poder participar do circuito do festival, mas critica o fato dos preços abusivos dos shows principais. “O festival deste ano tem um caráter elitista e o público ao qual se destina não é compatível com o da população em geral ouropretana. Faltam incentivos tanto do setor privado como do público para tornar mais democrático o acesso aos shows, afinal o cunho do festival é divulgar o jazz e suas vertentes para o povo e não promover a perpetuação do caráter restrito, disse.”

Sucessos como Garota de Ipanema, Ela é carioca e Ne me quitte pas embalaram a noite do Sótão. Lucas afirma “Descobri há pouco tempo o prazer de fazer versões. Em todas as canções deste show procurei seguir com fidelidade a tônica e a temática de Tom e de seus parceiros. Para mim, poder cantar a música que ficou famosa na voz de Edith Piaff é uma honra. Fazer música é se alimentar de inspirações e dar um tom pessoal ao trabalho”.

O grupo Cor de Fubá, ganhador do prêmio pelo júri popular, do primeiro festival “1 minuto em cena” com a composição “PARANANDÁ”, arranjada para pífanos e percussão corporal, tem em seu repertório composições próprias e diz receber influências do jazz internacional, do Candomblé e da música instrumental brasileira. “O jazz e a música instrumental tem suas bases no improviso e nada melhor que mesclar elementos culturais para compor canções.” Ao som do Pífano, sax, violão e bateria a apresentação foi marcada por vários momentos de interação com o público. O ponto alto foi quando o grupo tocou uma composição do músico Jimi Hendrix, que segundo eles é uma das inspirações de seus trabalhos. A história de banda tem suas origens na cidade de Ouro Preto, quando cinco amigos estudantes decidiram montar um projeto que envolvesse músicas instrumentais com raízes brasileiras.

Entre as próximas atrações do bar estão Celso Alves - com participação de Beto Lopes e Eugênio Aramuni - no sábado, e Jamir Dias Trio com o show Brazilian Jazz no domingo. O prato da casa é Panqueca de queijo minas de búfala, com rúcula e tomates secos.

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