Crônica

Postado por: Trombetas | Marcadores: | às 21:08

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Olívia Mussato

Todo jornalista, quando se depara com um grande evento, fica deslumbrado. Não no sentido ingênuo, o da expressão boquiaberta, mas o do entusiasmo...
Sua mente começa a bolar planos mirabolantes, pautas desejosas, caminhos tortuosos, mas que culminarão na satisfação suprema do seu ego: a conclusão da grande reportagem.
É sangue, suor, energia e prazer. Tudo com muito prazer, afinal, existe algum jornalista desapaixonado pelo que faz?
Ah sim... Aquele grande evento de que falávamos... Imagine o Festival de Jazz de Ouro Preto. Nunca foi?
O Festival é quase uma salada: muita diversidade, turistas de todos os cantos do mundo, músicos de várias nacionalidades... Você só vai estranhar que no meio da quitanda não há tanta gente da cidade. Por quê?
Biscoito de nata ao som de jazz... É... Não sei se fica bom. Doce? Azedo? Melhor é cada um experimentar e sentir o tempero na própria boca. O prato pode ser acompanhado de...
Entusiasmo. Falávamos de entusiasmo a pouco... Imagine então a gana de um estudante de jornalismo. São poucos que conseguem aguentar.
As fontes parecem inesgotáveis, as possibilidades infinitas e as barreiras invisíveis. Italo Calvino já trazia Marco Polo e suas interpretações próprias de cada viagem, de cada cidade visitada. Da mesma maneira, enxergamos nossas próprias cidades, com suas próprias montanhas e paraísos.
Gritamos, xingamos e, no final, fazemos a festa. É verdade. Não como gatinhos domesticados que adoraram a ração nova. Não comemos ração.
Mas porque não nos faltam vontade e bússolas que indicam nortes invisíveis a serem criados. Bússolas próprias, mapas construídos e improvisados. Como o jazz... A linda música nascida em Nova Orleans, pelas vozes e braços do povo norte-americano.

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