Noite de abertura do Tudo é Jazz é marcada por shows restritos e traz artistas irreverentes do Jazz Contemporâneo

Postado por: Trombetas | Marcadores: , , , , , , | às 19:08

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Thiago Guimarães

A noite de abertura da 9ª edição do Festival Tudo é Jazz de Ouro Preto teve como atrações os músicos Gilvan de Oliveira, Eldan Djangirvo, Linda Oh Trio e o Saxofonista Joshua Redman. Contou ainda com a presença do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo e do reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), João Luis Martins.

Redman, que já mostrou seu trabalho através do Joshua Redman Elastic Band, filho do saxofonista de jazz Dewey Redman e Shedrof René, apresentou-se ao lado do pianista Eldar Djangirov. Sua performance foi marcada por vários momentos de irreverência sendo ovacionado com empolgação pelo público ao longo do show. 

Linda Oh, ao lado do integrante do 3 Cohens Sextet, Avishai Cohen, demonstrou uma presença de palco marcante e expressiva. Através de movimentos específicos pôde-se notar a presença dos elementos de seu projeto Concert in the Dark, que cria envolventes efeitos surround.

O reitor da Ufop, João Luis Martins, disse que este ano o visual do evento está mais com a cara da cidade, identificando seu caráter histórico e patrimonial. Quanto à popularidade do evento, em termos de acesso, o reitor afirma: “O Jazz realmente tem seu público específico e o espaço é restrito, por isso os ingressos são mais caros, mas o que funcionou muito bem no ano passado foi o circuito de Jazz Paralelo gratuito que integrou a população em geral, que não pode ficar de fora.”

O prefeito Ângelo Osvaldo disse que o Festival traz um retorno econômico significativo para a cidade, e a população se beneficia do atrativo turístico para a venda de produtos manufaturados, além da mão de obra local contratada para a infra-estrutura do evento. Quanto ao caráter restritivo dos shows, o prefeito afirma não ser um fator de exclusão, e evidencia que eventos desse porte são necessários para captação de recursos destinados, inclusive, para a promoção de eventos gratuitos.

Segundo Ângelo, “não se deve enquadrar Ouro Preto como uma cidade de interior sem destaque no cenário cultural. A prefeitura promove cerca de 450 eventos ao longo do ano. Para tal, os eventos pagos devem primar pela qualidade, pois se não houver investimentos do setor privado e um retorno significativo, as políticas de inclusão tornam-se sem efeito e o público dos shows populares perde com isso”. O prefeito ainda destaca que Ouro Preto é uma cidade inserida na rota dos eventos culturais de grande importância internacional.

Este ano o festival homenageia Louis Armstrong, cantor e trompetista nascido em Nova Orleans. Louis teve infância difícil e foi apresentado ao cenário musical em uma banda de escola. Na adolescência se destacou como trompetista e seguiu carreira no mundo musical. Em Chicago gravou algumas de suas músicas mais famosas com a Hot Five e Hot Seven bands. Alcançou sua popularidade também devido às aparições em filmes após a Segunda Guerra Mundial. O músico se apresentou pela Europa, África e Ásia em turnê patrocinada pelo Departamento de Estado dos EUA e foi ovacionado pelo público até sua morte, em 1971. Hoje é referência para os músicos de Jazz em termos de improvisação.

O festival acontece até domingo e mescla workshops, exposições fotográficas, circuito gastronômico e shows. O preço é salgado, mas há quem diga que é acessível, resta saber a quem. Enquanto isso, o jeito é descobrir como usufruir das maravilhas do mundo do Jazz, afinal, nem tudo é Jazz quando se trata de acesso.

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